terça-feira, 19 de julho de 2011

Oração do meio-dia

Esse é o último texto antes da felicidade. Um pouco após do meio-dia da minha vida, espero que a brisa da tarde carregue meu olhar para longe. Encaro a janela como a saída desse filme. Não me venha dizer que as coisas melhoram, que algo está aí para fazer valer a pena... palavras me lembram do tempo em que ainda faziam sentido. Ainda fazia sentido chorar. Ainda fazia sentido ouvir seu coração me beijar pelo canto dos seus olhos.

Será isto o que existe guardado para mim? A reflexão sentida nunca fez parte do meu repertório. Então por que insistir nesta ode ao impossível? Por que procurar, acima ou abaixo do que sinto, a transcendente resposta? Nem flertar com o impulso é permitido. Isto não ajuda. O cordão umbilical dessa tão amada mãe freia meu vôo. É isto que quero e, no entanto...

Agarro-me ao sedutor amor à dor, repetindo palavras sem cessar. Mas existe uma coisa que impende – sou quem do outro lado clama por fim.

Urge o tempo dessa tarde falecida.

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